Rio de Janeiro, 13 de janeiro de 2018.
Mais
um sábado do mês de Janeiro no verão chuvoso da Cidade do Rio de Janeiro.
No
ano de 2013, minha noiva e eu fizemos nossa primeira viagem de férias como
namorados. Nove dias em Penedo/RJ. Nove dias de chuva. Aquela chuva fininha,
mas constante.
Então,
o verão na Cidade do Rio de Janeiro de 2018 estava parecendo mais o verão da Penedo
de 2013.
Este
sábado não foi diferente. Nublado pela manhã. Um solzinho no começo e meio da
tarde. Chuva forte com trovões no final da tarde e noite.
O
plano era fazer nada durante o dia (a final estava de férias) e a noite
encontrar com minha noiva e ir para uma festa de aniversário no bairro de
Cordovil, subúrbio da cidade.
E
lá vamos nós!
Duas
coisas que você tem que saber: primeira: a "maldição" de quem nasce
em Janeiro; segunda: se você faz alguma coisa para alguém, tem que fazer para
todos.
Uma
colega da minha noiva sempre chamava a gente para a festa de aniversário da
filha. Contudo, o aniversário é em Janeiro.
Quem
nasce no mês de Janeiro tem que se acostumar com a fadada (ou não) maldição. É
mês de férias. Também é mês de festas de final de ano (Natal e Réveillon).
Então as pessoas estão mais preocupadas com as vidas delas. Querem viajar,
beber até cair e se esquecem de você.
Eu
nasci no dia 01 de Janeiro, logo, tenho qualificação para falar disso. Nasci no
dia do Ano Novo. Todo mundo fala do primeiro bebe do ano, mas esquecem da
maldição do esquecimento. Fora o presente único. Para quem liga ganhar
presente, só vai ganhar UM. Natal e aniversário. COMBO DA MALDIÇÃO.
Pois
bem, a garotinha nasceu no começo de Janeiro. Ela ia ganhar uma festa de
aniversário, mas os convidados às vezes podem não aparecer, pois estão mais
preocupados com suas férias.
Eu
não me excluo disso, afinal de contas, preferia estar viajando, mas o destino
quis me deixar no Rio (quando digo destino, digo falta de dinheiro), então,
vamos à festa da menina.
Nunca
fomos, então a nossa chegada é quase um evento e, como todo grande evento, há consequências.
Como eu disse, se você faz alguma coisa para alguém, tem que fazer para todos.
Logo,
se você vai à festa de uma criança, deve ir à de todas!
Então,
neste sábado tínhamos uma festa pra ir, então, o que a mulher faz quanto tem um
evento? Unha e cabelo!
Que
ninguém me leve a mal, mas homem é muito simples. Tomou banho, colocou meia
dúzia de panos no corpo, tá pronto. Mulher não! Tem que se arrumar, fazer
cabelo, unha etc. Não é reclamação, apenas constatação.
No
entanto, cabelo feito + chuva não é uma boa combinação.
A
festa começava às 19 horas, mas às 18h30min eu estava em Marechal, onde minha
noiva mora, mas ela só tinha feito a unha e a chuva estava insistente. O salão
estava cheio, ou seja, ela não estaria pronta às 19 horas NUNCA.
Então,
depois de muito pensar, desistimos de ir à festa.
A
irmã dela iria para um jogo de vôlei na Tijuca, então ficaríamos em casa com os
cachorros. Todavia, a vida muda de ideia constantemente, então ao ficar sabendo
que a gente não ia para a festa, surge à ideia de todos irmos para o jogo.
Então,
lá vamos nós, pega o buzão 638, rodar quase 19 km pelas ruas de pelo menos 13
bairros para chegar ao Tijuca Tênis Clube, na chuva. Só que a vida é uma caixa
de incontáveis surpresas.
Chegando
ao Tijuca, com pulseira de entrada na mão, fomos barrados no baile! Por quê?
Minha cunhada estava com a camisa do Flamengo e o jogo era SESC-RJ x Cruzeiro.
Flamengo não poderia entrar, pois a torcida do Cruzeiro estaria lá.
Ou
seja, estamos no Rio de Janeiro e a torcedora do time do Rio de Janeiro, com a
camisa de um clube do Rio de Janeiro, não poderia entrar num jogo de vôlei, mas
a torcida de Minas Gerais poderia!
Eu
confesso que sou um cara tranquilo. Poucas são as vezes que compro briga.
Também não sou flamenguista, muito menos simpatizo pelo time. Sou carioca, mas
torço para o São Paulo Futebol Clube (me julguem). No Rio, simpatizo com o
Campo Grande Atlético Clube (Go Galo!), mais porque sou cria do bairro.
Contudo,
neste momento o advogado que existe em mim e estava adormecido pelas férias
sabáticas despertou. Se a minha cunhada não tivesse ficado passiva no momento,
demonstrando que preferia não comprar a briga, eu teria arrumado um barraco
jurídico. Ou a gente entrava ou ninguém entrava.
Detalhes
importantes: a funcionária foi específica, camisa do Flamengo; o jogo era
televisionado (barraco em dobro); em nenhum momento foi divulgado que o
torcedor não poderia ir de camisa de time.
A
funcionária ainda teve o disparate de falar para um de nós entrar e pegar uma
camisa do SESC. COMO SE FOSSE FÁCIL!!!
Pois
bem, barrados ficamos. Voltamos arrependidos? Não, acabamos indo parar na Pizza
Gril da Tijuca. Lugar que não frequentávamos há quase 05 anos, mas que dá de 10
x 0 em qualquer outra pizzaria (chupa Parmê), não só pela variedade, mas como
pelo atendimento.
A
vida é realmente imprevisível. Planejamos um evento, acabamos caminhando para
outro, mas terminamos em um lugar completamente inesperado. Não voltamos pra
casa completamente satisfeitos, mas com a barriga cheia de pizza e as redes
sociais lotadas de reclamações sobre os fatos.
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