Eu te vejo na curva do dia,
nos espaços que o tempo deixa ao passar.
És estrela que brilha e guia,
mas que eu nunca consigo alcançar.
Teu riso ecoa, suave melodia,
invade meu mundo de solidão.
Mas em teus olhos, outra harmonia,
dança longe do meu coração.
Quantas cartas queimei no silêncio,
palavras que nunca vão te tocar.
Guardei no peito um mar imenso,
mas teu barco nunca quis navegar.
A lua me fala dos impossíveis,
do amor que é semente e não floresceu.
Eu vivo entre sonhos quase tangíveis,
num jardim que só a ausência nasceu.
E assim, sigo a escrever teu nome
em versos que o vento insiste em levar.
Sou chama que arde e nunca te consome,
um poeta que ama e não pode amar.
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