Amei-te no silêncio das horas,
nos versos que nunca li.
És a chama que em mim se demora,
mesmo sabendo que já te perdi.
Caminhas por mundos tão distantes,
onde meu nome não pode chegar.
E eu fico, entre sonhos errantes,
a desenhar-te no próprio olhar.
Não és cruel, nem és alheio,
és apenas quem não me escolheu.
Mas deixo em cada palavra um esteio
do amor que só meu peito conheceu.
E assim, sigo a guardar tua imagem,
como flor que nunca colhi.
Um amor que é apenas miragem,
mas que faz do vazio, poesia em si.
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