Entre fogos e promessas, há quem celebre mais que o recomeço de um calendário. Quem nasce próximo ao ano novo parece carregar consigo um traço especial: a lembrança de que ciclos pessoais e coletivos podem se entrelaçar.
Para muitos, o fim de ano é a hora de refletir sobre o que passou e traçar planos para o que virá. Mas, para quem faz aniversário nessa época, é como se as retrospectivas fossem dobradas. Não basta pensar no que se fez ou deixou de fazer durante os últimos 365 dias; é preciso considerar a própria existência. Quem eu fui? Quem quero ser?
As festas ajudam. Há sempre uma mesa posta, mesmo que seja singela, e a vibração no ar parece conspirar para a alegria. Mas, paradoxalmente, às vezes o brilho do Réveillon rouba o protagonismo. Afinal, é difícil competir com um espetáculo mundial de contagem regressiva.
Mesmo assim, há algo mágico em soprar velas no intervalo entre o velho e o novo. A sensação de que o mundo inteiro celebra com você, mesmo sem saber. Os fogos, o champanhe, o abraço apertado à meia-noite: tudo ganha um gosto mais íntimo quando você é a razão para o "parabéns" no meio do brinde.
E se o ano novo é sobre começar de novo, o aniversário é o lembrete de que temos uma história. Uma linha do tempo que só cresce, cheia de momentos únicos que ninguém pode apagar. Ser aniversariante nessa época é ter o privilégio de carregar o peso e a leveza das duas coisas ao mesmo tempo: as raízes e as asas.
No fim, o que importa não é o dia exato em que nascemos, mas o que escolhemos fazer com o tempo que recebemos. Hoje, você celebra mais um capítulo. Que venha um ano cheio de páginas em branco e que você as preencha com tudo aquilo que faz a vida valer a pena.